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domingo, 31 de maio de 2009

CONTO DO MÊS

CONTO DO BOÊMIO

Noite fria, a neblina cobre-se por entre a extensa rua... Hoje parece mais longa e sinuosa, contudo não desisto do meu intento e, a passos desorientados... Sei que chegarei lá...
Por momentos parece que não tenho destino e, que este está a levar-me...
Uma dor, por momentos, envolve-me, logo a embriaguez a faz desaparecer.
E a mulher?... A de casa ou a do cabaré?... A primeira a estampar esse tal de conceito moral; a segunda a ouvir o desabafar das verdades vividas e saciar desejos carnais...
Ah! Minhas Marias! Que Deus as proteja!
A madrugada começa a cochilar, a manhã vem despontando seus primeiros raios de sol, e estes revelam as mais diversas verdades.
Um canto, dois cantos, vários cantos, um galo, dois galos, centenas de galos, tudo se faz ecoar por entre a vizinhança de olhos atentos e línguas ferinas...
Contudo o festival de cantos e luzes avisa que o boêmio, à sua outra realidade, está de volta...


Ricardo Antônio da Silva
Recife, 14 de janeiro de 1989

sexta-feira, 22 de maio de 2009

DIVULGUE-SE

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NÓS BRASILEIROS PRECISAMOS TOMAR JEITO


De jeitinho em jeitinho, nós brasileiros vamos levando a vida. Será que os mínimos fatos que ocorrem, que nos acompanham, que nos fazem presenciar; temos culpa disso?
Serão situações ruins que estão a nossa volta poderiam ser evitadas por nós mesmos a fim de que determinados fatos não viessem a acontecer? Sim, é claro, pois se não houvesse uma doença crônica chamada comodismo. Doença que penetra na gente sem ao menos percebermos, aí sim, poderia ser que através das nossas atitudes, dos nossos impulsos, ambos concentrados num só objetivo, quem sabe, tudo seria diferente.
Mas acontece que permitimos que esse comodismo se aloje na gente.
Sabe algumas situações que estão associadas a isso? Vou citar algumas bem conhecidas:
Ficamos acostumados quando, ao ligarmos a TV e assistimos a matérias do tipo: “Países de todo mundo estão de olho na Amazônia”. “O Brasil nos últimos anos está sendo considerado o campeão da corrupção”. “A mortalidade infantil cada vez mais alta no país”. “Jovens e crianças de várias classes sociais roubam pelas ruas das grandes cidades”.
Ficamos habituados quando, por exemplo, estamos dentro do carro e observamos tristes, contudo inertes, cenas como: crianças abandonadas perambulando pelas ruas, que pulam em cima do pára-brisa do seu carro e pedem um trocado.
Ficamos acostumados quando o ensino nas escolas não é tão bom quanto esperávamos.
Ficamos habituados a trabalhar tanto e não contemplamos o aumento dos nossos salários a fim de acompanhar o custo de vida.
Nós estamos tão acostumados com essas situações que para nós, tudo isso já se tornou normal.
Nós ficamos tão preocupados com nossos minúsculos problemas que nos esquecemos de tão grandes problemas.
E, quem sabe um dia quando nos tornarmos pessoas mais conscientes de que cruzar os braços em a estas situações, assistirmos a tudo isso e não tomarmos uma posição, viver sempre de jeitinho em jeitinho, sendo considerados “acostumados”, agindo assim desse jeito nunca vamos tomar jeito.



ALUNA: MÍSIA MARCELA
ESSCOLA COMPOSITOR ANTONIO MARIA
1ª SÉRIE F – ENSINO MÉDIO - 2005
PROFESSOR: RICARDO ANTÔNIO

A ARTE DISCENTE

COCA-COLA COMUNISTA

Certo dia, numa roda de amigos, conversávamos sobre tudo: de novela a política. O amigo leitor pode até ter a opinião de que um punha do de adolescentes juntos, certamente, estariam tramando alguma conspiração contra a ordem pública, o, na melhor das hipóteses, dedicando-se ao ilustre ofício do ócio.
Mas, devo discordar do caríssimo interlocutor. Nós, embora adolescentes, não conspirávamos, tampouco vadiávamos. Dialogávamos a respeito de inúmeros temas, dentre eles, regimes sócio-econônicos.
Há quanto tempo o leitor não trata de assuntos tão importantes assim?! Está precisando conversar com adolescentes!
Um de meus amigos, presentes na roda, se mostrava radicalmente contra o capitalismo, esse sistema que visa o lucro, a propriedade privada, a não intervenção do Estado na economia, o tão conhecido: “cada um por si”.
Devo confessar que também não sou adepta a esse sistema egoísta, coluna principal da desigualdade social, mas, meu amigo era incomensuravelmente (procurei uma palavra tão grande quanto seu sentimento) anticapitalista.
Sabe-se que é impossível falar desse já citado regime sem associá-lo a um certo país, símbolo capitalista.
Eram os Estados Unidos, motivo maior do ódio de meu amigo, sentimento este que era expelido através de inúmeros xingamentos impublicáveis. Que o Tio Sam não nos ouça.
Involuído, repressor, autoritário, tirano, hipócrita, imperialista, arrogante, megalomaníaco, são alguns dos adjetivos publicáveis, usados por ele para designar o tão bem amado país.
Até aí tudo bem, apenas um rapaz expressando sua opinião a respeito de um regime e um país; se não fosse pelo sutil fato de naquele momento, ele se encontrar bebendo coca-cola, calçando um all star e fumando um hollywood.
Quem nunca foi hipócrita sem ao menos perceber? Defendendo obras que não praticamos, condenamos atitudes que constantemente tomamos.
O ser humano é altamente contraditório com relação àquilo em que acredita. A mídia, a moda e as outras pessoas influenciam-nos, e isto acaba gerando uma certa instabilidade comportamental, o que não deixa de ser positivo para o nosso crescimento intelectual e moral. Reconhecer um erro pode ser o primeiro passo para uma sociedade menos intolerante.
No demais, falamos para o nosso amigo que ele estava se contradizendo com seus próprios atos, e ele, meio envergonhado, continuou:
- Bom, como eu estava dizendo, os Estados Unidos não são tão maus assim...


DADOS:
ALUNA: DIANA MARIA DE SANTANA
ESCOLA COMPOSITOR ANTÔNIO MARIA
3ª SÉRIE – ENSINO MÉDIO - 2005
PROFESSOR: RICARDO ANTÔNIO DA SILVA

CRÔNICA

A INSIGNIFICÂNCIA DO SER




Estava a pensar nos meus desejos, de repente, percebo-me diante daquela minúscula vida...
Tem desejos, será que tem desejos? A parede do quarto, para mim um pequeno universo, para ele, ela, não dá pra saber, uma vida... Talvez esteja a me observar. Terá um objetivo? Busca algo? Voltar para seu lar, quem sabe, esta última palavra não está a combinar, mas vale a intenção. Sua caminhada me valem alguns poucos alongamentos de dedos. Contudo aquela vida tem um desejo traçado, enquanto eu estou a divagar, sem nexo. A certeza do que quero de verdade, ao menos, não tenho.
Porém quando volto ao pequeno vejo uma rota de um padrão mecânico, automático, sem reflexão. Então volto à minha importância, e me percebo na morfologia das palavras, sou o substantivo na sua força de regente. Sou próprio, concreto, primitivo, no anseio de ser coletivo.
Mas continua lá, em contraste com a alvura parediana. Vem-me uma vontade de esmagá-lo, a palma da mão seria suficiente, esqueço por um instante...
Entretanto por que continuo esse martírio, delírio, tormento entre dois seres que aparentemente não têm nada a ver.
A imaginação me faz mergulhar na vida dele, trocando os papéis. Eu nele não sou quase nada, volto para mim, dou-me, então, conta do quanto é grande e múltipla a minha existência, visto que pensar é um diferencial na combinação das nossas vidas. Entretanto ele é uma vida, não vale nada uma vida?...
Estamos fechados neste quarto, noite quente, em frente ao computador, eu, em frente à parede, ele, meu algoz momentâneo, um reflexo do instinto. A vida passa ao nosso redor, ou seja, fora daquele espaço. Passeios, baladas, sexo, violência, reflexões, alegrias, tristezas, dores, sonos etc. Nós dois... Aqui também a vida passa, lentamente, passa...
Entre mim e esse insignificante ser há algo em comum, já que estamos abraçados à solidão desse quarto e da noite.
Já não há mais embate, cumpri a missão dos poderosos[R1] , aniquilei-o. Já não sou tão mais importante agora, perdi minha dignidade de reflexão. Agora só resta a vida pensante... Será?!

TIRINHAS

TIRINHAS

DIÁLOGOS RÁPIDOS

DIÁLOGOS RÁPIDOS